Artigo completo
Autora: Giselly Lima de Moraes
Desde que surgiram os primeiros livros de literatura infantil, editados formalmente no século XVIII, as xilogravuras já acompanhavam os textos e, com o avanço das tecnologias de reprodução de imagens (principalmente com a litogravura), a presença de ilustrações se tornou cada vez mais evidente. Tal presença, ao longo do tempo, passa a ser fundamental na construção de um endereçamento que investe no potencial de a imagem produzir efeitos estéticos que, combinados com a experiência promovida pela palavra, agradam em particular ao leitor infantil. Mesmo nos dias atuais, em cada ato de ler uma história em voz alta para uma criança, seja de um livro ilustrado antes dormir, seja de um conto de fadas numa sala de aula, diferentes semioses são acionadas no processo de interpretação. Estas formas plurissemióticas de fruição do literário, já presentes no marco de origem da literatura infantil, são tão somente o início de um processo de incorporação da multimodalidade pela literatura, processo este que atualmente se concretiza nos limites da própria obra literária, agora de uma forma mais incrementada e que exige do leitor novas habilidades.
Moraes, G. L. de. (2015). Do livro ilustrado ao aplicativo:: reflexões sobre multimodalidade na literatura para crianças. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (46), 231–253. https://doi.org/10.1590/2316-40184613